Home Diário do Orquidofilo Cattleya walkeriana “Feiticeira”

Cattleya walkeriana “Feiticeira”

por Diário do Orquidófilo

Esta orquídea tem uma característica única de forma: os 5 pontos extremos da sua flor cabem num círculo e entre as suas pétalas há um fechamento interno sem a sobreposição de uma pétala com a outra.

Já encontrei alguns exemplares à venda no mercado onde estas duas condições faziam que fossem desvalorizados, ora porque havia a sobreposição de pétalas, mesmo que pequena, ora porque sua geometria num círculo imaginário não tinha o centro equidistante entre das 5 extremidades.

Dica: se está disposta/o a investir, compre com a flor para avaliação, pois os valores são exorbitantes e uma planta pode ou não melhorar na forma no decorrer do cultivo.

Falando do exemplar da foto:

1- seu labelo é quase totalmente plano e tem dois riscos brancos abaixo da coluna. Sua cor é maravilhosa e uniforme;

2- sua sépala superior quase que enrola, mas pode ficar plana. Tanto que numa flor está plana e noutra quase;

3- seu perfume é extremamente característico, exala por 24 horas, nunca encontrei isso nas orquídeas. Seu perfume é cítrico e frutado, suave, único, inconfundível;

4- seu porte assusta: miúdo com flores consistentes;

A história deste exemplar narrada pelo fornecedor:

1- Foi descoberta há mais de 50 anos atrás;

2- O sr. José Dias de Castro, antigo dono do Açucar União comprou um corte de um mateiro e arrematou uma caixa cheia dela sem ver a flor;

3- Quando floresceu, um amigo do José Dias de Castro disse ter uma forma perfeita e a partir daí ganhou o atributo: “Feiticeira” por encantar/enfeitiçar pela sua forma; Nenhuma planta nativa possuía a forma geométrica dela na época; No encontro das duas pétalas é formada a forma de uma gota logo abaixo;

4- Esse mesmo mateiro vendeu o outro corte para o sr. Loboda. Um técnico japonês Suematsu pegou diretamente com o Loboda. Este Suematsu fazia laminação de aço na Usiminas e na Cosipa na década de 70.

5- O sr. Yano acolhia as plantas para do Suematsu e em retribuição, lhe deu um exemplar da C.w. Feiticeira. O cultivo da época era na casca de peroba;

6- A família Ori conseguiu um corte do sr. Yano e tentou o cultivo no xaxim e era morte na certa dessa planta até chegar no cultivo com o musgo com regularidade de adubo foliar 20:20:20, uma vez por semana e sempre hidratada; A dica é manter o seu bulbo gordo;

Fatos interessantes narrados pelo fornecedor Ori:

1- Fazendo a auto-fecundação das sementes dela (self dela), as sementes são estéreis (não formam o embrião depois de até 7 meses). Sendo poliplóide foram realizados diversos cruzamentos sendo pai, mas nunca sendo mãe; Vamos ver o que aparece no mercado, certo?

2- A morfologia que aparece numa foto do José Dias de Castro com a planta apresenta a geometria dela (pesquisei e não encontrei na internet);

Desejo um bom cultivo desta pequena adorável! A minha missão será ilustrá-la usando a técnica da aquarela botânica e mantê-la saudável!

Tutorei suas flores
Cultivada na casca de peroba com um pouco de musgo

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